segunda-feira, 26 de julho de 2010

Quase Passei


A noiva entra. Suspiros por todos os lados.
Obviamente, suspiros como-ela-está-linda, e não suspiros que-alívio-jurei-que-essa-ficava-para-a-titia.
Casamentos são tão inspiradores! Eu, ao menos os acho interessantíssimos. Está certo, com essa minha visão meio teoria da conspiração, tudo parece interessantíssimo. Adoro casórios.
O ritual começa bem antes, no corre-corre para achar a roupa ideal. No caso do casamento de anteontem à noite, ocorreram dois contratempos.
O primeiro foi eu perceber que minha excelentíssima irmã havia levado todos os meus apetrechos de cabelo para viajar, deixando-me assim, obrigada a ir à cerimônia com o cabelo só lavado e secado – com o meu secador ruim, o bom ela levou. Nessas horas eu agradeço por ter o cabelo liso.
O segundo contratempo foi eu perceber, só na hora de sair, o quão pálida eu estava. Estes vestidos de alcinha nos obrigam a colocar os mondongos à mostra, revelando quantos verões fazem que não pegamos um bom bronzeado. Quando olhei-me no espelho, pude contemplar minha sedutora cor de ricota.
Antes de sair de casa, é preciso estar psicologicamente preparado para rebater comentários infames a respeito da sua roupa, cabelo, ou status do relacionamento amoroso.
 - Olá, querida! Anda sumida, hem?! E o maridão, como vai?
 - Estou bem, estou bem... O João vai bem também, ao menos é o que diz a nova esposa dele.
Vejo eventos sociais em geral, como testes de civilização. Explico-me. Tudo, desde a maneira como andamos até a velocidade com que devoramos o prato principal do menu, está ali só para que manifestemos nossa civilidade e controle dos próprios impulsos.
Durante a cerimônia, fui seriamente tentada a atear fogo no penteado luxuoso que a senhora à minha frente ostentava. E parecia estar me provocando! Cada vez que me posicionava um pouco mais à direita ou à esquerda, ela movia seu coque gigantesco na mesma direção. Aquele coque estava olhando-me torto, petulante. Quase conseguia ouvir baixinho: “Ei, psiu! Vamos lá, eu sei que sua amiga tem um esqueiro”. Entretanto, mantive-me nos eixos. Passei no primeiro teste.
Chegada é a hora do jantar. Não há lugar mais apropriado para testar civilidades do que à mesa. À beira da mesa, o ser humano remete à sua natureza mais primitiva, como um neandertal diante de sua presa. Fica difícil não ceder aos impulsos instintivos diante de delícias gastronômicas iguais às que haviam naquele casamento.
Ao início da janta, a fome já batia insistente. Mas foi preciso manter-me firme. Veio a entrada. Olho para o seu conteúdo – de tamanho nem próximo do tamanho da minha fome – e resisto bravamente à tentação de perguntar ao garçom se não era possível entrar duas vezes.
Sempre imagino os garçons como agentes, zombeteiros, responsáveis por grande parte dos testes civilísticos. Não sei porque, mas tenho a impressão de que estão sempre julgando o que, quanto e como comemos. Se peço um refrigerante light, recebo um olhar “Rá, acha que não vai engordar, só por que pede refrigerante sem açúcar”, se peço um refrigerante normal, recebo um olhar “Dsc, é por isso que engorda”. Tenho até a impressão de que eles fazem parte de uma sociedade secreta, em que têm o registro de todos os cidadãos frequentadores de restaurantes e eventos gastronômicos guardados em seus arquivos. É uma máfia poderosa, mas isso fica para outro post.
Mas o que, no final das contas, nos diferenciará de primatas platirrinos, será o jogo-de-cintura nas relações com manobristas de estacionamentos de casamento. É na hora da gorjeta que seus bons modos são provados. Obviamente, não na quantia que será dada, mas sim, na sua reação à reação do manobrista. Você coloca os dois olhos na bandeja, mas recebe um olhar “tá, e essa orelha?” e é preciso manter a calma. A minha vantagem neste teste é que meu pai foi quem lidou com isso, desta vez - vantagens de quem vai à casamentos enganchada com o pai.
A noite ia chegando ao seu fim, e eu estava me saindo muito bem. Não havia ateado fogo em ninguém, nem roubado as sobremesas dos meus colegas de mesa (ainda).
Despedi-me do pessoal, e andei em direção à saída.
Porém, a mesa de lembrancinhas me aguardava. Bem-casados lindos e enfeitados. Mantenha a compostura, Jéssica: “ ...e não nos deixeis cair em tentação”. Tá, já mantive a pose o bastante. Coloquei trinta deles nos bolsos e sai correndo. 
Mentira. Mas que peguei um para mim, e outro pro meu amigo imaginário, peguei.





* * *
Sessão #beijomeliga:
Beijo pro nosso (da Mah e meu) best mendigo maconheiro.

mendigo:  - Ei, meninas, conseguem um refrisinho?
Mah:   - Claro, refri ou Vodka?
Mendigo:  - Refri mesmo, alcool não, deusulivre, não bebo. Mas uma macoinha aaaah! Vocês têm um tequinho?
Jé:  - (caindo na gargalhada) Não, não, querido. Fica pra uma próxima...

Ah, tá né. Hahaha :B


Sessão #subnick:

" Deus é um cara gozador,
adora brincadeira.
Pois pra me jogar no mundo
tinha o mundo inteiro,
mas achou muito engraçado
me botar cabreiro."

(Partido Alto - Cássia Eller)


quinta-feira, 22 de julho de 2010

Jéssica de Tal


Cheguei ao local da prova. O fiscal mal me olhou nos olhos:
-Jéssica de quê?
Me conhece? Eu devo ter uma cara muito Jéssica, mesmo. Pensei por um momento: não acredito. Era uma sala de Jéssicas. E ainda havia outra no prédio da prova dos Analistas Judiciários. Haja sobrenome.
Diz-se que na década em que eu nasci, estava passando uma novela em que a protagonista levava o nome de Jéssica; está aí o motivo da quantidade massiva por m². Provavelmente haja uma estatística do IBGE para isso.
Queria mesmo era me chamar Maria. Particularmente, acho Maria o nome mais forte que existe. É simples. É de personalidade. E é igual ao da Maria Rita – não resisti. 
Só que se eu for trocar de nome ante a Justiça, alegando meu nome ser muito comum, de “Jéssica” para “Maria” , o juiz rirá da minha cara. Indeferimento na certa.
Mudar de nome é uma coisa bem complicada hoje em dia, tanto de fazer acontecer quanto de escolher o novo nome. Em primeiro lugar, o governo não facilita nada– como de costume (vide post “Caixa de Pandora”). É preciso um motivo consistente aos olhos da justiça, que nunca é o motivo que você tem. Em segundo lugar, levará tanto tempo até todos ao seu redor se acostumarem com o nome escolhido, que fica mais prático e menos despendioso simplesmente desistir da ideia (idéia! maldita reforma ortográfica) e esperar que na próxima reencarnação você receba um nome legal. E em terceiro, é uma (puta falta de) sacanagem com a sua mãe! Escolher o nome do filho com todo amor e carinho, pra ele, mais tarde, trocar. Eu ficaria seriamente tentada a deserdá-lo.
Na realidade, não tenho do que reclamar. Meu nome pode estar espalhado igual peste negra, mas não tem nenhuma pobrice. Se eu fosse obrigada a dar de cara com um elegantíssimo “Jhésshykahh” na carteira de identidade, não sei do que seria capaz. Não dá pra negar que é um nome perfeito para uma líder do MST.
Alguns nomes têm quase que uma personalidade embutida. Consigo tranquilamente imaginar um travesti chamado Lola. Ou uma patricinha americana em sua mansão em Beverly Hills, com algum nome de comida como Muffin. Sem contar aqueles nomes-clichê, como Amélia, A Mulher de Verdade.
Digo-lhes o que me vem imediatamente à mente. Britney: calvície. Ana Carolina: sapatarias. Hugh Laurie: bengalas. Nazaré: tesouras. Maradona: cenas de assassinatos sanguinolentos. Enfim. 
Do que será que as pessoas lembram quando ouvem "Jéssica"? Será que algum outro nome combinaria comigo? 
O Jéssicando se chamaria Mariando! Eu me chamaria Maria Motta, Marmota, Maremoto, ai que horrível. Dariam vários trocadilhos. Se bem que não posso falar minhas idéias em voz alta, que a minha irmã pega - e fica com os "direitos autorais" da piadinha.
Melhor deixar as coisas como estão. Meu nome pode ser comum, mas eu não sou comum. Fica a dica.





* * *
Sessão #beijomeliga:
Agora sim. BEIJO pra minha avó louca que me manda ameaças anônimas se-converta-ou-morra. Ninguém escreve a palavra "imfamia" em ameaça de gente normal, só tu, vó. #ficadicaqueridinha
Beijão pra vocês, meus (3) leitores! :B 


Sessão #subnick:

"E quando eu falo que eu já nem quero, a frase fica pelo avesso, meio na contra-mão."
(Ana Carolina)

domingo, 18 de julho de 2010

Admirador Secreto

"Olá.
Sei que não sabes quem eu sou, mas logo saberá. Te ouço cantando "Ladeira da Preguiça" – completamente desafinada – todos os dias. Faria a Elis Regina revirar-se no caixão, mas te amo mesmo assim. 
Prazer, sou teu admirador secreto: o Chuveiro.
Na realidade, não sei como ainda não percebeste, minha paixão é tão óbvia! Nunca notou que faço questão de enviar um pingo gelado em meio aos pingos mornos dos teus banhos matinais?! É minha maior prova de amor por ti, afinal, essa tão destoante gota está sempre presente para lembrá-la que eu, entre todos os eletrodomésticos, resolvi ceder aos encantos da paixão.
Nunca percebeste como gosto de chamar tua atenção?! Fiz um acordo com o aquecedor, fazendo com que ele, durante a noite, não envie nenhum ar quente em direção ao banheiro, para que tu, com o objetivo de não falecer de hipotermia, consideres a hipótese de tomar banho vestindo aquele teu casaco de lã que realça teus olhos.
Ao te observar pela casa, notei que és muito vaidosa. Desde então, conversei com o disjuntor do apartamento e ele disse-me que tranquilamente me faria o favor de fazer cair a chave de luz a cada três minutos, para que a água fria que jorrar de repente em suas costelas possa fazer bem aos seus cabelos.
Meu amor por ti é tanto, que faço questão de não elevar a temperatura da água - por mais que eu receba todo o tipo de adjetivos e palavrões - para poder passar mais tempo na tua presença, assistindo às milhares de tentativas frustradas de aquecê-la.
Ficas tão bela irritada, sabia?
Eu sei, eu sei que estás surpresa com tamanha perspicácia minha, mas sou um chuveiro não é mesmo? Criativos e inteligentes, cheios de fiações elétricas e válvulas. Não somos simplórias torneiras.
Devo avisá-la de que a torneira da pia da cozinha provavelmente sustente algum apreço por ti também. Flagrei, no outro dia, ela esguichando água trezentos e sessenta graus só para admirar-lhe enquanto seca toda mobília.
Teu celular certamente alimenta um amor platônico incurável por ti, tenha cuidado. Por mais que atives o despertador, ele não irá despertar-te no horário, pois prefere passar o máximo de tempo possível sendo espectador do teu sono. E nem adianta jogá-lo contra a parede, como costumas fazer, a TV contou-me que ele tem uma tendência sadomasoquista.
Entretanto, mesmo com alguma competição acredito que eu possa ganhar o teu amor. Já que estou fazendo tudo ao meu alcance para tal. Certamente depois desta carta esclarecedora nos casaremos e viveremos felizes para sempre.
Com amor,

Seu, só seu, Chuveiro.


P.S.: Sabe aquele choquezinho que tu tomas todas as vezes em que me liga? É pra te lembrar da intensidade do meu amor por ti. Iloveyoubaby.                      "





Nota:
Eu sabia que havia alguma coisa errada com meu chuveiro. Só que achei que ele me odiasse. Preciso parar de fazer as pessoas - e aparentemente, artefatos domésticos - me amarem de um jeito estranho.  

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Sessão #beijomeliga:
Beijão pra que COMENTAR nos posts, obrigada. 
Gosto de saber o que estão achando, mesmo que estejam achando uma merda.  ;)



Sessão #subnick:


"The more things seem to change, the more they stay the same.” 
(Corinne Bailey)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Domingão

Pior do que Domingo Legal com o Gugu, só Domingo Legal com o Célso Portioli.
Tenho a nítida impressão de que toda a programação da TV está engajada em empurrar a população porta afora de suas casas aos domingos. Não há devoção à Santa Paciência que resista aos programas de auditório. E a TV por assinatura não foge à regra; o TC passou, no útlimo domingo, “Robin Hood” pela quarta vez do mês.
A solução para fechar a semana com chave de ouro, é encarar o desafio de fugir das indiadas dominicais com muita boa vontade. Ainda é possível, com certo jogo-de-cintura, devolver ao Domingo seu devido valor. Tome nota.
Para iniciar o dia com o pé direito, o primeiro passo é desplugar a televisão da tomada. Este eletro-eletrônico tem uma capacidade maligna de hipnotizar qualquer cidadão domingueiro que por ele passar, fazendo com que seu final de semana limite-se a sofrer lavagem cerebral pelo canal da Polishop o dia inteiro.
Seja precavido ao lidar com churrascos em família. Deixe, discretamente, um guia-rápido-do-assador ao lado da churrasqueira para que seu tio, que não sabe fazer churrasco mas jura que sabe, possa dar uma lida rápida – escondido no banheiro – antes de preparar a carne.
Caso decida fazer uma caminhada ao ar livre pela Redenção, assegure-se de que seu colete à prova de balas esteja no prazo de validade. Emos costumam fazer de qualquer lugar com vendedores de algodão doce, seu habitat natural e às vezes não são muito bem aceitos por outras subculturas. O resultado dessa biodiversidade pode custar-nos – meros turistas – abdômens perfurados por balas perdidas.
Só por escrever a palavra “domingo” e “cinema” na mesma sentença, tive de pagar uma taxa extra. Esqueça a idéia de ir à estréias em 3D no cinema durante o fim de semana, se quiser ter algum dinheiro pelo restante do mês. Se eu fosse atendente do Cinemark, teria vergonha de cobrar uma entrada pelo dobro do preço da mesma entrada, no dia anterior.
-Moça, quanto custa o ingresso para o “Toy Story 3” dublado?
-É...Dezen... reais.
-Perdão, não entendi.
-Eu disse...Dezenov... reais.
-Como?
-DEZENOVE reais! DEZENOVE! Vai correndo agora, que o gerente está no intervalo, pra casa enquanto ainda está dando o Fantástico!
Se por acaso, em um lapso de memória, a idéia de passear no centro de Porto Alegre lhe vier à mente, atire-se no chão, encolhendo-se num canto, tape os ouvidos, inclinando-se para trás e para frente repetidamente, até a ideia ir embora. O centro aos domingos e feriados é cidade sem lei. Tudo pode acontecer. Os inúmeros artigos da Constituição Federal dão lugar à duas ou três leis para mera sobrevivência, criadas por traficantes e cafetões. É prudente não aparecer por lá.
Minha receita particular para o domingo perfeito, na realidade, resume-se a muito Doritos e Coca-cola. O restante a gente dá um jeito. A não ser que envolva assistir “Domingão do (que sobrou do) Faustão”.
Aí, a idéia do centro me parece melhor.










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Sessão #beijomeliga:
Beijo pra mim, que Domingo é minha prova.  :X
Só percebo que tô nervosa quando começo a querer comer as paredes. Ansiedade do capeta. ¬¬


Ah, e um beijão pra quem fizer a minha avó parar de me trancar em banheiros, me mandar mensagens no celular dizendo que eu vou para o abismo do inferno, e me amaldiçoar para eu morrer atropelada por fuscas se eu não me converter. Ela anda com a macaca. Recebo SMSs diárias. Adogo.




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Sessão #subnick:


"Laugh it off, let it go and when you wake up it will seem so yesterday."

terça-feira, 13 de julho de 2010

Caixa de Pandora

Ouvi dizer que a gente passa, aproximadamente, seis meses de vida em filas. Isso que nem todo mundo tem conta corrente na Caixa Federal.
O número que o moço deu-me de senha para ser atendida era 180. Quem, de certo, estava sendo atendido no momento? O possuidor do número 68. Juro por Deus.
A saga tente-resgatar-seu-FGTS estava em seu ápice e eu sairia triunfante dela, nem que me custasse a vida. Ou a vida do atendente do caixa.
Na próxima encarnação quero nascer um cão sarnento, mas não um correntista da Caixa.
Infelizmente não tive saída: era passar por aquela burocracia ou não colocar a mão na verdinha.
Segurei a mão de Jeová e segui, como se não houvesse amanhã, em direção à porta-rolante com detector de metais
Cheguei a conclusão de que o governo estrategicamente dificulta o andamento da papelada para induzir o cidadão a abdicar de seus direitos, depois do esgotamento mental e de algumas varizes. Tenho minhas dúvidas se não são enviados agentes secretos, na calada da noite, ao depósito de documentos da Caixa Federal para afanar algumas cópias de RGs e CPFs.
Havia, no dia anterior, procurado ardentemente pela casa todos os documentos confeccionados ao longo da minha existência, para não ter de voltar àquele Hades. Entretanto não fora suficiente. Ficaram faltando o comprovante de residência da minha tia-avó e uma cópia autenticada da carta de alforria da mucama da minha tatara-tatara-tatara-avó.
Até que não pediram muito desta vez. Pra fazer o Cartão do Cidadão tive de dar a eles um certificado do meu ciclo menstrual.
Retornei portando - Deus queira - toda a documentação necessária. Retirei outra senha, para a qual tive de tomar alguns minutos até criar coragem de olhar, e tomei meu lugar à fila. Atrás, obviamente, de pessoas não tão simpáticas e que provavelmente estavam lá há mais tempo do que recomendariam alguns cardiologistas.
Nem acreditei quando, após algumas horas, escutei:
-Tudo ok, moça. É só se dirigir ao caixa eletrônico à direita e sacar o valor.
A felicidade tomou conta do meu ser. Quase pedi o atendente em casamento.
Ah, valera tudo a pena! A vida é linda. O mundo de repente ficara tão colorido, eu amo esse país.
Foi quando dei de cara com o aviso sobre o caixa eletrônico: "Limite diário de saque: x reais".
Não preciso dizer que o meu valor precisaria ser sacado parcelado em 3 dias.
Só pode ser pegadinha do Sílvio Santos. Pode aparecer, Ivolanda! Rá, me pegou direitinho, hen.










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Sessão #beijomeliga:
Beijo pra Gabi que tá de aniversário! Parabéns linda! Tuuuudo tudo de bom pra ti! Muito Shimbalaiê!
E menos atropelamentos no caminho da natação muitoobrigada. ;D




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Sessão #subnick:
Não passa uma porra de dia sem que essa porra de pensamento não me venha à porra da minha mente. Porra.


"E é pra não ter recaída, que não me deixo esquecer." 
(Não Vale a Pena- Maria Rita)

domingo, 4 de julho de 2010

Os Orientais

A desvantagem em ser árbitro da FIFA é ter sua nacionalidade, seja ela qual for, bombardeada por piadas infames de toda a natureza.
O oriental tem, provavelmente, o caráter menos questionável entre todas as nacionalidades. Pode-se alegar que seja limitado por seu governo, mas não que seja desonesto. Ou que tenha a visão prejudicada por suas pálpebras, mas não que seja condescendente. Pode até se dizer que seja emotivo ao deixar-se levar pela boa atuação de jogadores holandeses - hipoteticamente, é claro - mas jamais poderia-se dizer que um oriental vá agir de má-fé na sua arbitragem.
Um dos restaurantes de Porto Alegre em que mais gosto de comer fica no centro, pasmem, e escondido da população geral. Dentre aqueles vários restaurantes agrupados em uma só rua, em que você entra e depois que come, tem a nítida sensação de que deveria ter entrado no do lado. A solução é escolher o restaurante que deseja e entrar no do lado, só pode. Enfim, este é, sem dúvida, um dos restaurantes para se visitar antes de morrer. Aqueles orientais - que mal falam português, diga-se de passagem - são uma inspiração administrativa! A família com cinco pessoas: organiza, prepara a comida, limpa, cuida do caixa e ainda controla o karaokê 3D. Admirável.
Sempre tenho a impressão de que orientais sobrevivem à base de energias feng-chuí, ou coisa do tipo. Comer é coisa de ocidentais fracos e capitalistas.
Já imaginou o Mao-tse-tung caindo de boca em uma churrascada? Ele não deve ter sido um 'bom garfo'. Até porque esses revolucionários costumam ser pessoas secas e objetivas, com pouca paciência para temperos e sabores. E também por que não há garfos por lá, é só pauzinho. Não pega bem chamar o primeiro-ministro de 'um bom palito', né.
Até o crime organizado oriental pode ser, sem remorso, chamado de crime organizado. Dá até gosto em ser assaltado por ninjas-altamente-desenvolvidos-e-ágeis. Por aqui, o crime mais organizado que pode haver limita-se à ordem cronológica que o batedor de carteira utilizará: arrancará sua bolsa e correrá ou, no caso dos mais avançados, arrancará sua bolsa, colocará seu ombro de volta no lugar e, então, correrá.
Os orientais deveriam todos migrar para qualquer país - que tenha legislação trabalhista - com mercado de trabalho, negro ou não, livre para funcionários trabalhadores e esforçados como eles.
Mas pensando bem, é melhor deixá-los pensar que podem se tornar, no máximo, árbitros de futebol. Se inventarem de vir para o Brasil, saturará nosso mercado de trabalho, que já anda capenga, e começaremos a ter de aprender mandarim para ir à padaria. Melhor não fazer alarde.
Esqueçam tudo que eu disse. Aquele árbitro japonês é um corrupto irrecuperável, mesmo.












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Sessão #beijomeliga: 


Beijão pra quem tiver a paciência de ler o post anterior, que mal deixei esfriar pra postar este aqui. :B
Sabe como é, tomei café demais ontem à noite e não conseguia dormir: começo a escrever no meu caderninho. Daí não sossego enquanto não passo pra cá e publico nesse meu blog cansativo. ;)




Sessão #subnick:




"Sabe de uma coisa, seu! Vou lhe jogar no meu baú. Vivo e mágico, com as coisas que tem lá." 
(Vanessa da Mata)

sábado, 3 de julho de 2010

Maçã

No outro dia eu estava traindo minha nutricionista com um quindim, quando olhei para a fruteira que estava ao meu lado. Pude, então, contemplar a beleza daquelas frutas em geral. Uma, em particular, me chamou a atenção: a maçã. Comecei a pensar em todo o seu simbolismo e significado para a história da humanidade. Dois pontos. 
Alguém, certo dia, resolveu dizer que o fruto proibido do Jardim do Édem foi uma maçã. Por que? Não faço a mínima idéia. Toda a simbologia que envolve aquele dia fatídico em que trocamos a vida eterna pelo sexo e a indústria da moda, poderia ser muito melhor representado por uma romã, por exemplo - escandalosa e rubra - ou por uma amora - tão suculenta e colorida da cor-do-pecado. 
Ao que me consta, a bíblia menciona figos: eram folhas da figueira que cobriam nossa protonudez. Entretanto, não fala nada sobre maçãs.
Talvez toda a sua reputação esteja  associada à forma arrendondada e cheia de curvas, sua cor avermelhada e lustrosa, que de alguma maneira representa a luxúria e a rebeldia. A maçã é o triunfo da sugestão sobre a verdade. 
Particularmente, não vejo nada de tentador em maçãs. Me lembram papinhas e alimento para crianças e convalescentes. Só como maçã quando, eventualmente, sofro queimaduras de 2º e 3º grau por exposição excessiva ao sol (dói só de lembrar).
Até em Cantares de Salomão - o livro pornô da bíblia - as maçãs entram como consolo: "Confortai-me, pois desfaleço de amor!"(Cantares 2:5).
E digo mais! As maçãs com o melhor sabor - ou sabor algum - são as mais feias e desuniformes. Aquelas maçãs de propaganda de adesivos para dentadura são farelentas e azedas.
Até os contos-de-fadas entraram nesse teleco-teco maçãnístico.
- Maçã envenenada? A senhora, por algum acaso, não teria nessa sua farta cesta, uma fruta que trouxesse ao menos algum sabor à minha morte?
-...Mas...
- Não me venha com chorumelas! Sei bem que a senhora anda muito atarefada  amaldiçoando príncipes que lhe negaram ajuda, ou fabricando rocas às pencas para furar os dedos de jovens princesas, mas envenenar-me com maçãs? Trate de me trazer morangos bem vermelhos, ou lhe denunciarei ao Sindicato Trabalhista das Bruxas Malvadas do Reino Encantado (STBMRE). 
É... querido leitor, a vida é assim mesmo. É de maçã, parece limão, mas tem gosto de tamarindo.
Alguém aí já comeu tamarindo?








* * *




Sessão #beijomeliga:


Dizem por aí que foi o Mick Jagger que trouxe azar à nossa seleção, mas tenho pra mim que foi o árbitro ching-ling que andou dormindo sem as pantufas. HUMPF, não me conformo. :X
Tem sentido, pensa bem:
1- O Arbitro é Japonês.
2- Todo mundo sabe que todos os olhinhos-apertadinhos têm um pacto sagrado.
3- Ele ficou irritado por que descobriu que a seleção da Coréia não havia ganho o jogo contra o Brasil, tendo que apitar o nosso jogo contra a Holanda. Por que ele e todos os coreanos só puderam assistir o jogo dois dias depois (o governo não autoriza transmissões ao vivo, só de desfiles militares), com algumas modificações. Entre as cenas editadas estava a cena de o Ri Kwang-Chon fazendo o gol da vitória, comemorando com o ato saudosista de erguer a blusa, mostrando a blusa de baixo com a foto do ditador estampada.
4- A vingança dele foi dar falta a cada 'ai' daqueles holandeses melados. 


Então, beijo vai pro Julio Cesar que tava tão fofinho chorando. Óin. *-*






Sessão #subnick:


"É com esse que eu vou
 sambar até cair no chão. 
É com esse que eu vou 
desabafar na multidão.

 Se ninguém se animar,
eu vou quebrar meu tamborim.
Mas se a turma gostar,
                   vai ser pra mim!"                
(Elis Regina Diva)