sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Caixa de Pandora - O Retorno






Sonhei que adentrava pelos corredores da Caixa Foderal, era atendida na hora e saía de lá com aquilo pela qual havia entrado para buscar em mãos. 
Logo depois, vinha a Maria Rita me pedir em casamento, e o Sílvio Santos me dizer que eu havia ganho um milhão de reais.
Por que, meu Deus? Por que é tão difícil se conseguir qualquer coisa nessa instituição?
Acordei pela manhã, com um sorriso tentando estampar-se em meio as bochechas inchadas do meu rosto. Ó, adorado dia cinco do mês. O dia em que eu, finalmente, receberia meu primeiro salário-da-vadiagem. Havia passando a semana toda planejando fiestas loucas regadas à Tequila para o fim de semana seguinte ao dia cinco. 
Não sei quanto a vocês, mas meu salário é elástico. Enquanto não o tenho em mãos, não paro de planejar destinos para ele.
Pareço até pobre quando vai à programas de auditório.

-Maoê! E o que a senhora pretende fazer com estes 5 mil, Maria?
-Ai, Sílvio, vou terminar de construir a minha casa, comprar uma máquina de costura para a minha mãe, um carro para o meu marido, e depois fazer uma cirurgia plástica no nariz com o restante do dinheiro.

Quando o salário vem, é que eu vejo que o buraco é mais em baixo, e que notas de cinquenta reais não se reproduzem se a gente colocar umas em cima das outras.
Ando adquirindo prática nessas burocracias trabalhistas; não sou mais presa fácil de atendentes perspicazes, loucos para ver-me frustrada por não portar os documentos necessários ao processo em questão. Agora, até pra comprar pão, levo identidade, CPF e carteira de trabalho. E as respectivas cópias.

Existe um clã maligno, caros leitores. Sim, a verdade é cruel. Recepcionistas do "Tudo Fácil", atendentes da Caixa e do Ministério do Trabalho, todos são adoradores de Satã, que venderam suas almas em troca de estabilidade financeira e meio turno da jornada de trabalho. 

Algum dia vou perguntar a um deles se vale a pena vender a alma para o diabo em troca de um emprego no governo brasileiro. Por que os boatos que correm pela boca do povo são bastante positivos.

Depois que se trabalha para o governo, não há mais possibilidade de demissão, o funcionário está livre para fazer o que bem entender. Para ser demitido é preciso praticamente matar um colega de trabalho. Mas na frente de todos, se matar de cantinho é só transferido para outra repartição. 
O pior é ter de admitir que, na real, é quase isso. É notável no olhar tenta-me-tirar-daqui-que-eu-sou-concursado-e-tu-não-filho-da-puta daquele pessoal da Caixa Federal.
Estava tudo dando certo durante o meu dia. Cheguei ao banco, entrei pela porta com detector de metais, me dirigi ao caixa eletrônico para sacar meu salário e... ué, não deu. Engraçado... tentei novamente. "Não há saldo em parcelas". Resolvi perguntar à moça de colete azul.

- Aqui diz que não foi depositado nada na sua conta, senhora. Agora, dirija-se ao SINE para ver o porquê disso.

Tradução: Querida, você se fodeu. Provavelmente vai demorar tanto para você colocar a mão na verdinha, que é mais fácil arranjar outro emprego.
Ok. Lá fui eu em direção ao SINE, averiguar o que estava acontecendo.
A minha vantagem nisso tudo, é eu não depender deste dinheiro para sobreviver. Se minha alimentação dependesse do governo, já tinha falecido por inanição. E faria questão de ressuscitar dos mortos, só para processar esses degraçados.
Chegando ao Sistema Nacional de Empregos, fui direto ao caixa para saciar minha sede de quaisquer informações. 

- Aparentemente, seu PIS está inválido. A senhora terá que entrar com um recurso ante o Ministério do Trabalho, e encaminhar a documentação toda novamente.

Tradução:Querida, agora sim, você se fodeu. Renderá uma trabalheira do capeta, e seu dinheiro esperará você precisar desesperadamente dele, para, muito depois, chegar.
Alguém, por favor me salve. Mãe! Manda eles pararem!
Ivolanda, ainda dá tempo de aparecer.
Ivolanda?




(vide post "Caixa de Pandora" para maiores esclarecimentos sobre o assunto: http://dancadamottinha.blogspot.com/2010/07/caixa-de-pandora.html )
* * *
Sessão #beijomeliga:

Beijo pra quem comentaaar aê :BB

E gente, perceberam a enquete ali do lado?
Leu? Clica ali!
Assim, posso ter uma noção do pessoal que passa por aqui :)


Sessão #subnick:

Sente só a profundidade da sessão #subnick de hoje...


"and I was like... baby baby baby, oooh"


Sacou? Éam... baita sentimentalista tou hoje.


7 comentários:

  1. Não consegui diminuir a letra desta merda, então vai ficar assim mesmo.
    :BB

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  2. Opa, tô no #beijomeliga! =D

    Eu também sempre levo todos os documentos, inclusive a certidão de nascimento da minha avó... paterna. Vai saber, né.
    De qualquer forma, eu espero nunca mais depender de seguro-desemprego, porque a fila do SINE aqui em Novo Hamburgo é imensa, pega chuva e eu... eu... bem, eu trapaceei na última parcela quando tinha seguro. Deixa pra lá. ^^

    Beijo!

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  3. uhules, beijo não pra mim! *-*

    BABY BABY BABY OOOOOOH *-* essa foi a melhor parte do post, Jé, parabéns! -mentira.

    Amei o post :B

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  4. CAAARA ri muito, meo AOSKAOKSAOSK

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  5. KKK Terrivel
    o pior é a cara dos seres que atendem a gente
    uma cara de "vc é menos do q eu" ¬¬
    E chamarem a gente de SENHORA kkk beem trágico

    Adoroo os posts Jessica mas nunca havia comentado ^^

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  6. KKKKKKKKKK

    E eis que ELA retorna tal qual a maldição dos Senhjor dos Anéis, ou qualquer outra maldição de um filme desses...

    E quando parecia tudo certo, poizeh né?! Parece que nos documentos faltaram a certidão a trigésima nona encarnação, fora a pendência judicial de seu tatatatatataravô em 1765, quando ele não quis trocar as galinhas pelo pé de feijão....

    ahushuhsa

    ótimo post coomo sempre!
    By Thasci (oito horas da manhã ninguém merece ficar logando, ahaush)

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  7. Muito bom Jé...
    Tem um lado jornalista em ti bem interessante....iuahsuiahs..
    Adorei...
    Beijo

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